sábado, 28 de novembro de 2009

A ninfa...



Um segundo e ele rendeu-se... a magnitude do que via não tinha oponente...  aqueles olhos... verdes que se fundiam com os prados... aquele olhar inocente... puro, pregado ao seu como o de uma corça que avalia o caçador... murmúrios praticamente inaudíveis saiam dos seus lábios...  estava assombrado.. aquela ninfa silvestre estava mesmo á sua frente... tão indefesa... tão deliciosa... os seus instintos primários despertaram com uma fúria avassaladora.. o vento trouxe consigo o aroma hipnotizante da amendoeira em flor do perfume dela... inspirou cada lufada como se fosse a ultima sedento.... na sua mente imagens de consumação carnal sucediam-se á  velocidade da luz... não se conteve... agarrou-a com a delicadeza duma flor...  ela tenta recuar... o sentimento de recusa e frustração caem-lhe no ego como a lua sobre a terra... a raiva começa a fervilhar debaixo da sua pele... não aguenta...não quer aguentar... beija-a com violência como se quisesse aniquilar tudo aquilo que ela lhe provoca... sente o sabor a sangue... quente... delicia-se... num só gesto rasga-lhe o vestido e dá rédea solta ao seu libido... frio e absorto no seu belo prazer ignorando os gritos que ecoam pela pradaria... gritos de quem viu a sua inocência morta....  levanta-se de um salto não se reconhecendo como realizador daquele filme de terror... corre aos tropeções pelos campos gemendo e chorando o seu acto num vale de lágrimas tingido de negro... num grito incontido encomenda a sua alma ao demo... uma gota de sangue mancha o verde prado.. e mais uma... outra ainda.... uma corrente de gotinhas vai caindo...  a ninfa solta gargalhadas histéricas pelo vale.... o sangue escorrega pela sua face... os seus olhos brilham de satisfação... a sua honra foi vingada.....

Sem comentários: