quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Noite de mim, noite sem mim...

a noite nos seus traços libidinosos compactua com a inconstância do pulsar dos meus pensamentos. as horas correm num ritmo lento e compassado pelo bater do meu coração. não quero sentir a imensidão do barulho que borbulha nas ruas onde corpos sedentos de companhia invadem o meu espaço com o seu riso. a sua sede representa a minha que prefiro esconder na penumbra do meu quarto. quero imagina-los assim. hoje apetece-me ter-te aqui, só para reter o teu cheiro que é só teu...reconheço-o no meu corpo nos dias em que te sinto perto de mim. queria que a noite entendesse os meus desejos, os meus sentidos, a minha inconstância e me indicasse o rumo que os meus passos devem tomar. costumo perder-me em sonhos e utopias que me invadem de forma abrupta, perdendo mais tempo a sonhar que a construir a realidade que procuro mas não consigo começar a criar... queria que te transformasses em noite, mas não queria deixar de ser o dia...

sábado, 2 de abril de 2011

Metamorfose

Os dias passam e as mudanças ocorrem sem que consiga absorver a magnitude das transformações que germinam em mim e nos outros. Nos últimos meses senti o tempo duma forma que ainda não tive hipótese de analisar sem ser pelos sentidos. O tempo continua com o seu tempo, mas a minha percepção dele alterou-se. O mundo gira no seu eixo, a sociedade transmuta-se e eu parei; para tentar descodificar a metamorfose que sofro e o mundo sofre. Sem no entanto entender e qualificar o ser em que me estou a tornar, o mundo que está a eclodir.. Tento não culpar o tempo e as alterações que ele traz consigo... Não é ele que tem a culpa, somos nós com as consequências das nossas acções que mudamos os caminhos e os significados da nossa existência consoante a maré das necessidades e dos sonhos.