domingo, 28 de fevereiro de 2010

ligar ou não ligar?

tento negar a minha própria vontade. não consigo recordar-me do número de vezes que marquei o numero dela e não consegui completar a chamada. sinto saudades dela, de fazer amor com aquele corpo alvo, com aquela alma estranha que se foi entranhando no meu ser. eu estava decidida a assentar, estou farta de relações falhadas, pessoas que me usam e deitam fora. preciso de construir um ninho, uma família, um futuro consistente dentro dos padrões ditos normais. naquele fim de tarde com uma simples frase conseguiu despoletar inúmeros desejos e fantasias esquecidas. mas que tola sou em deixar-me ir nas suas conversas!?! que estúpida sou em ainda sentir algo por ela! será que as minhas relações com o sexo oposto falharam por estar sempre presa na espera que fossem como ela, minha fera Eva.. só consigo recordar os bons momentos a seu lado, das orgias regadas a vinho branco e champanhe, das paragens do tempo que fazia para as duas em que espezinhava os homens que a devoravam com o olhar e me dizia ser só minha! que a sua alma me pertencia mas que poderia emprestar o corpo ao devaneio da carne.. cada uma seguiu o seu caminho, eu preciso de paz... mas...não fará mal nenhum só pecar mais uma vez a seu lado numa ultima pitada de loucura.. vou ligar-lhe..
- olá..sou a Amanda
- Eu sabia que ligarias...

O futuro de Amaterasu



um  dia correrei o mundo de espírito aberto tendo como bagagem essencial um lápis e o caderno de capa preta :)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Eva e o trapézio...

a discoteca estava cheia de uma massa homogénea de caras desconhecidas... ontem apeteceu-me ir sozinha, as companhias do costume parecem-me demasiado enfadonhas.. está a tocar aquela musica irritante do costume já não a suporto, o ar encontra-se putrefacto com a mistura dos suores dos corpos que se comprimem no mesmo espaço imitando as sardinhas das latas de conserva.. acho piada ao bando de corvos que rodeiam um grupo de miúdas na casa dos 20 anos completamente envolvidas nos efeitos do álcool dançando de forma (pensam elas) sensual. a dança resulta em movimentos desajeitados de quem já não controla os movimentos do corpo cambaleante.. vão acabar na cama de algum dos abutres que as observam. na minha guerra para conseguir chegar ao balcão e pedir a minha vodka preta com redbull deparo-me com um rosto familiar a tentar ser ouvido pelo barman que não tinha amos a medir para tanta clientela. o meu coração pára.. a minha boca solta um tenue som tremido: - Manuel..esfrego os olhos tentando clarear a imagem dele...Manuel.. sussurra a minha mente que vê o seu estado alterar-se; o ritmo cardíaco disparou em flecha, calor na face, aperto no fundo do estômago, amassei a nota na mão tentando passar-lhe esta energia que me abala.. está igual, os caracóis rebeldes do comprimento que eu dizia ser o ideal para puxar (cumplicidade de amantes apaixonados pela loucura)..observo-o sem ser vista, deliciando-me com cada recordação que aquelas feições me ofereceram, devo ter estado parada no tempo fixando-o com um sorriso estampado no rosto que nao consegui nem tentei sequer esconder..não dei conta que ainda mexia tanto comigo, num impulso aproximei-me e toquei-lhe na palma da mão deslizando a ponta do meu dedo em círculos no centro onde se cruzam as linhas do amor e da vida..era no nosso toque dos tempos em que partilhávamos o mundo.ergueu o rosto e encarou-me olhos nos olhos com mil e uma perguntas que precisavam de explicação.. respondi a todas com um beijo.. terno, suave, com as minhas mãos rodeei o seu rosto, transmitindo todo a ternura e saudade que senti no momento..um assalto de carência ou amor, não sei, ou não quero saber, perdi o controlo de mim e deixei toda a minha necessidade de dar, a urgência de amar e perdi-me nele... contornei os seus lábios lentamente, provocando..recuando..brincando..o desafio que sempre o fez desejar-me com a luxuria necessária para me completar... neste momento encontra-se tal como veio ao mundo, deitado de costas a dormir um sono profundo no meu leito; admiro cada curva, sinal, admiro a tatuagem, louco... não encontro uma explicação para o que fiz.. eu não estava bêbada, nem debaixo de nenhuma "pedra".. porquê com o Manuel? terá sido uma brincadeira de mau gosto de algum diabrete que o enfiou de novo na minha vida? será que ainda me ama? caralho!?!?! vou magoa-lo de novo...que fiz eu?? como irá ser o acordar? que lhe direi? não posso fugir e deixar um bilhete como da ultima vez..mas será isso que quero fazer? que faço merda?!? vai acordar, já se começou a esticar lentamente imitando um felino no seu despertar.. como o conheço, ou melhor, conhecia..já passou algum tempo desde que terminei algo que pode ter sido a melhor relação da minha vida.mas eu precisava voar, encontrar em mim o que ainda desconhecia. mudei, mas continuo sem saber quem quero, ou porque quero.. será que já sei mas não quero ver? acordou... e agora?

Understand

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O alguem de Maria..

aqueles olhos grandes e expressivos abrem-me as portas da sua alma... estão tristes, carentes com um travo de sofrimento contido. foco-me nela dedicando-lhe o meu olhar mais doce, sorri timidamente e cora.. desviou o olhar... agita as mãos nervosamente nos bolsos do casaco.. fica-lhe bem, o azul claro ilumina-lhe a tez rosada.. linda.. pura.. aproximo-me dela e toco-lhe no ombro.. olha-me directamente com olhar inquiridor, as pestanas longas rodeiam um verde claro com pinceladas de dourado... a medo solto num murmúrio incontido aquilo que querias ouvir e eu queria que ouvisses..
-Maria... és tu? foste sempre tu o meu amor?
-Sim Diogo...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Momento de Eva...

adoro o calor da chávena presa no meio dos meus dedos nestes dias em que a chuva bate incansável contra os vidros da janela... perco o meu olhar nas gotas que escorrem lentamente traçando linhas inconstantes acabando por se fundir com outras linhas.encosto o bordo da chávena aos lábios e vou inalando o vapor tentando descobrir as especiarias que compõem a infusão orbito para o reino dos sentidos por momentos..guardo cuidadosamente o som das gotas enraivecidas contra as janelas, o tic tac do relógio, a melodia intermitente que o violino solta em notas vacilantes nas mãos da vizinha... inalo mais uma vez...calmamente...tento adivinhar;canela, rosa, limão... sorvo pequenos golos sentindo o meu corpo a aquecer e as papilas a deleitarem-se com os sabores que adivinhei. era bom quando partilhava contigo estes momentos, agarrada a ti, aconchegando-me no teu regaço e conversando sobre o futuro..esse nunca chegou a vir.. teimosia minha, insatisfação, anseio do desconhecido.. as minhas recordações estão a ir por onde não quero.. vou ver um filme, abstrair de mim ate que o sono me venha resgatar da realidade..

Um momento de Amaterasu...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Maria e o olhar de alguém...

porque me olhas assim? dessa maneira que me invade a alma e destrói todas as barreiras que insistentemente teimo em levantar para que não te vejas reflectido em mim...
sim.. para que não vejas o que guardo na minha caixa de pandora fechada a cadeado, cuja chave escondi em nenhures.. não me olhes assim... pára!! não chegam já as mensagens  que os meus olhos te sibilam e que eu não consigo ludibriar? pára!!! desvia esse olhar penetrante, calmo e sorridente que rejubila a cada barreira caída na minha mente.. não quero que me vejas, não quero que me leias... não quero... 
vou desviar o olhar... 
mesmo assim sinto o fogo dos teus olhos cravados na minha face, o calor desse olhar provoca-me um rubor incontrolável, suores frios banham-me as mãos frenéticas que escondo no fundo dos bolsos do casaco, o coração salta-me no peito mais veloz que o compasso dos meus pensamentos. quero pensar numa forma de me libertar deste feitiço, se ao menos parasses de olhar para mim...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um pouco de Eva...

quero perder-me nas palavras sussurradas ao ouvido entoadas com malícia, vindas do coração da luxuria.. quero sonhar de olhos abertos vendo o mundo como se nunca o tivesse visto, absorvendo as doces brisas que o vento me oferece em jeito de caricia e saboreando os prazeres que a carne tem para me dar... não quero algemas, restrições, preconceitos e regras inúteis que me vergam perante os outros.. quero continuar a viajar nas ondas da minha vontade, dos meus desejos, da minha loucura.. adoro ser a caçadora de sensações e a presa que julgam inocente.. gosto da adrenalina da conquista, da fúria da primeira vez, da fome dos corpos insatisfeitos, da essência do pecado..quero amar sempre que precisar e esquecer quando a alma exige liberdade...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A insonia de Madalena

mais uma noite no meio de tantas outras em que os meus ouvidos vão captando o compasso certeiro dos ponteiros do relógio.. não tenho sono, nem vontade de dormir... ainda ecoam as palavras do Luís batendo nas paredes da casa agora deserta...
"- Madalena... precisamos de falar..." o rosto dele aparentava calma, os seus olhos estavam vazios, a boca fria e segura das suas confissões. tinha-me traído...quer o divórcio... já esperava  por isto, após tanto tempo de isolamento desmedido da minha parte, da falta de atenção, das horas mortas em que eu me refugiava no trabalho para esquecer a dor ou devorava os livros das estantes só para evitar falar... bem sei que já passaram dois anos desde que aquilo aconteceu... ainda hoje me arde a alma e se esconde o coração quando me recordo da felicidade efémera que naquele tempo me preencheu durante largos meses ate ao dia em que dei ao mundo o fruto do nosso amor para o perder sem sequer ter tempo de o sentir no meu regaço..o medico fez o diagnostico : nada a fazer, sem vida...  fiz-me de forte e amparei o choro dele, contive o meu...contive...e....contive...e contive...  aos poucos deixei de ter a necessidade de chorar pois por dentro fui ficando vazia, não permiti que se aproximasse de mim, não deixei que os seus braços me aninhassem, não quis o seu carinho.. refugiei-me no meu mundo para me abstrair dele, dia após dia inventei desculpas para não ir cedo para casa, não o queria ver, doía.. ainda o amo, mas não consigo aproximar-me,já é tarde cavei um fosso abismal entre nós rodeado de arame farpado...não sei se vale a pena cortar as mãos, o corpo, a alma para o recuperar...mas eu já não tenho alma...essa foi-se naquele hospital servindo de acompanhante do meu rebento, do meu pequeno Marco...mascarei a minha dor com uma camada de frieza.. frieza essa que me preencheu por inteiro sem esquecer um pedaço sequer... já é tarde para recuperar a chama, o meu calor, a minha alegria... prefiro ficar assim... VAZIA...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Apetece-me...

...dançar no silencio a melodia de outrora agarrada ao vento que me ignora...
 

O Luis e a decisão

acordei com o alarme do telemóvel em enorme algazarra tentado despertar-me do meu refugio no mundo dos sonhos. como sempre fui adiando o acordar... mais cinco minutinhos e mais cinco...e ainda mais cinco... o aconchego das mantas transmite-me um prazer peculiar - o meu tempo... o tempo em que organizo o que irei fazer ao longo do dia e como gerir os compassos do relógio.. hoje não foi esse o caso, aproveitei para me aquecer com recordações e tentar descobrir o que farei para resolver o meu presente. a minha mulher já se tinha levantado parece que estar ao meu lado a incomoda... as coisas já não andam bem, olho para ela todas as noites e pergunto-me o que faço ao seu lado.. mal falamos, mal nos olhamos muito menos nos tocamos. parecemos dois desconhecidos que habitam o mesmo espaço e não fazem intenções de interagir.ainda me lembro do dia em que a conheci, tão cheia de vida, de calor, de ingenuidade e pureza.. apaixonei-me pelo seu sorriso maroto e alma de criança... como pode estar assim tão diferente? os seus olhos já não brilham, a sua voz perdeu a melodia e chega-me aos sentidos com uma frieza mal dissimulada.. não aguento mais isto... três anos de casamento e não consigo reconhecer o ser que todas as noites se deita no meu leito e me oferece distancia..estou farto.. não vale a pena lutar por algo que já está morto.. morreu o amor e eu não sei de quem foi a culpa... vou avançar e pedir o divorcio...é melhor não...perderia todo o património pelo qual lutei anos e anos... mas que importa a merda do material se eu me sinto vazio??? a recordação do encontro com Eva naquele jardim ao anoitecer só me deu mais força.. esboço sempre um sorriso quando digo este nome. se cheguei ao limite de procurar alguém externo a esta aliança é porque o limite chegou..  levantei-me e encontrei-a sentada na janela da sala apreciando o movimento da rua... ainda mantém a pose de menina mas os seus olhos estão cinzentos.. escolhi bem as palavras na minha mente e ponderei que tom de voz a usar.. limpei a garganta para ela se aperceber que eu estava ali.. a voz saiu calma e serena..
- Madalena.... precisamos de falar...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Manel e a dor...

não quero pensar naquilo que não sai do meu pensamento..não quero ver aquilo que tenho diante dos meus olhos, quero fecha-los e imaginar que não estou aqui.. estou noutro lado, perdido algures no meio das cores esbatidas do que fui, do que tive, do que atiraste fora, tive o mundo na palma das minhas mãos quis guardar mas não deixaste...doí-me, tanto como nunca te doeu a ti...abraço-me a este conforto banhado de pena e saudade..
quanto tempo dura o conforto ilusório da minha dor? dura o tempo que eu deixar que dure dizem as vozes que inconscientemente despertei neste meu deambular nocturno..nada sabem da profundidade com que rasgaste a minha pele com essa lamina afiada apelidada de indiferença, o conforto da minha dor dura o tempo que tiver de durar... o tempo suficiente para que te tornes indiferente ao meu olhar! o tempo que eu demore a regressar a mim...não me mataste Eva...por enquanto...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Recordações de e com Eva....

estou a tremer, apetece-me fazer o que sussurraste ao meu ouvido.. por mim, por tudo..mas não quero, não posso, não sei...
aperto ansiosamente a rosa que me deixaste..pétalas aveludadas que me lembram a tua pele... conto mentalmente os segundos em que sustenho o ar nos meus pulmões...1..2...3..4..5..6..7..8..9..10... expiro lentamente despejando o peito até sentir a ultima lufada... sensação de paz momentânea.. a tua visita fez-me recordar velhas historias... Eva... procuraste-me depois de tantos anos... com esse sorriso de criança travessa, os teus olhos continuam como antes cheios de malícia... disseste que o tempo em fomos um só foi fantástico para ti.. eras selvagem, o teu corpo alvo governado por essa língua afiada eram o meu devaneio.. com o tempo foste-te afastando de mim.. encontraste novas paisagens para contemplar e novas sensações para descobrir... como sempre partilhaste as tuas aventuras luxuriantes comigo mas não te apercebeste que mudei... já não sou a mesma pessoa de outrora... mas continuo a precisar de estabilidade..de atenção Eva!!! estou a falar para as paredes como se tu me pudesses ouvir.. gostava de te poder gritar aos ouvidos tudo aquilo que penso...não consigo!!! as paredes continuam mudas e eu continuo a falar para a tua presença apenas visível na minha mente... oh Eva... é difícil.. apareces num dia em que tudo parece correr mal... é no trabalho, em casa, amorosos que não me larga aquela besta... imagina o meu espanto quando entro para beber o meu chá de final de tarde, no local de sempre que ainda não fui capaz de mudar porque este sitio me lembrava de ti, e lá estas tu...sentada na minha mesa, linda como sempre... cresceste, estas mais segura ti , como se isso fosse possível, os teus lábios que noutros tempos me devoravam pintados de cor de vinho.. lábios de vinho como eu dizia...não te esqueceste desse detalhe subtil... a mesa que partilhei contigo durante os anos de faculdade nos nossos finais de tarde em que namorávamos descaradamente sem nos esconder de ninguém está cheia hoje... só a tua presença iluminou o local... e tu apareces assim do nada... não te via desde que nos licenciámos.. estás igual, sorridente, alegre, impulsiva e provocadora... fomos unha e carne durante dois anos... uma só alma... tu lá ias ter com outros para variares como dizias... eu não era capaz, mas respeitava isso em ti.. eles podiam dar o que eu e tu bem sabíamos que entre nós não podia haver... tolas.. nunca mais tive nenhuma miúda depois de ti; aliás, foste a única.. voltei para os homens tal como antes de te conhecer e tenho procurado o sonho dito normal.. casar e ter filhos... já estou pronta para isso Eva... não me venhas retirar o meu sossego... eu quero ser esta Amanda... aquela que já não se mete nas tuas loucuras... vou ter de resistir tentar negar o teu ultimo capricho...  

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Amaterasu...

o velho radio canta a mesma melodia vezes sem conta ... não me apetece muda-la... time is on your side.... repete aquela voz entrando em mim lentamente e martelando as mesmas ideias difusas... vou ordenar as ideias... por onde começo? por mim? identificando-me perante aquilo que penso ser? vou tentar...
-sou a Maria.... a romântica incurável... a que ama em demasia e sofre em exagero, a que se entrega e dá tudo de si... 
não, espera... não sou a Maria...
-sou o Manuel... aquele que se perde na melodia de um outro dia que já não existe e se entrega no embalo da saudade, o que sofre na pele os flagelos do amor e por ele morre definhando dia a dia agarrado à recordação da felicidade que escorreu das suas mãos...
espera...
-sou a Amanda... a que se esconde dos outros e do passado no seu pequeno mundo, aquela que se perde na inquietude da liberdade roubada por quem não se quer... serei eu ela? 
-não, talvez eu seja o Luís... o que mantém a vida dupla... o saltimbanco das mascaras opostas... o marido fiel e honrado que esconde o amante do pecado... 
hmmm será que sim? não sei... 
-sou a Eva? a selvagem... a que corre livremente pelos prados amando e esquecendo... esquecendo e amando a luxuria, o calor, o momento.... 
a musica está a recomeçar de novo, já nem sei quantas vezes hoje o piano me ofereceu as notas dedilhadas suavemente pelo dono desta voz... para quê perder tempo em tentar saber quem sou? posso ser tantas coisas e viver tantos momentos diferentes absorvendo-os com a intensidade necessária para me sentir viva...
gosto da pureza da Maria, do sofrimento do Manuel, do mundo da Amanda, dos segredos do Luís, e do pecado da Eva... e gostarei de pequenos pormenores de tantas outras identidades ainda por descobrir e criar com os traços leves dum lápis roído,  no eterno caderno preto onde residem os pequenos rasgos de nada ... os rasgos de Amaterasu... as personagens de ninguém que poderias ser tu...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Sei lá...

que ando a fazer?
não sei...
aperto a cabeça entre as mãos tentando abstrair-me destes meus pensamentos divagos e confusos como sempre...
passou, doeu e agora esquece!
diz-me a voz interior que sempre me acompanha.. mas eu questiono-me... 
será que passou?
será que doeu?
esquecer o que? aquilo que não foi?
porque me perco assim dentro de mim mesma? 
não estou feliz, não estou infeliz... 
encontro-me num estado de contentamento descontente... 
sei lá...
tudo me parece tão fútil.. tão irrelevante e ao mesmo tempo tão profundo e importante para minha sanidade mental e emocional... 
sei lá...